Por Marcelo Cotinha
Um filme mediano. Esse, sem dúvida deve ser o maior elogio que Awake – A vida por um fio (Awake, EUA, 2007) do estreante diretor e roteirista Joby Harold merece. Além de possuir um elenco super interesante, traz um clima de suspense muito intrigante e convidativo e, mesmo se esbarrando nos clichês das séries de reviravoltas, faz um bom suspense e quase consegue fazer com que valha à pena pagar o ingresso/locação.
O elenco traz nomes de peso que serve como chamariz principal da película. Atores que estão em evidência no mercado de Hollywood. Hayden Christensen, o nosso eterno Anakin Skywalker (de Star Wars II e III) ao lado do telentosíssimo Terrence Howard (atuou em Crash – no limite, e em Homem de Ferro), Jéssica Alba (mulher invisível do Quarteto Fantástico), a ótima sueca Lena Olin, e Fisher Stevens (o Minkowski da 4º temporada de Lost) fazem do filme uma obra à parte. A trama bolada pelo novato Joby Harold é interessante. Narra a história de Clay (Hayden Christensen), um ricasso, filho de uma mãe dominadora (Lena Olin) e namorado de Sam (Jessica Alba). Clay possui um grave problema cardíaco que só será sarado com um transplante. Mas, dado ao seu tipo sanguíneo raro, ele não consegue o órgão assim tão fácil. Buscando “ajudá-lo, Jack (Terrence Howard) o convence a viver seus dias como se não houvesse um amanhã.Yahoooooo!!! Então, numa noite só ele, negocia com japoneses, desafia a mãe e casa com Sam. O melhor de tudo é que ainda aparece um coração pra ele. Que noooooooite heim!?!?! Pois é!
Isso tudo é só detalhe, pois o que o filme enfoca é a cirurgia. Mostra todos os detalhes – incisões, quebrar de costelas, serrar de ossos, artérias pulsando e jorrando sangue e etc. O mais incrível é que Clay, apesar de anestesiado, esta consciente. Isso parece-lhe inconcebível? Pois não é. Isso é possivel sim, e existem inúmeros relatos disso na história médica. No entanto, os erros começam a partir do momento que as dores são sentidas pelo protagonista. Apesar do fenômeno ser real, não é possivel sentir dor.
Clay fica paralisado e sentido toda a dor promovida pela operação. Se ele estivesse “acordado” entraria em coma induzido pela dor em fração de segundos. Me indaguei como ele aguentou? Fácil. Pensando em outra coisa! Tão óbvio quanto ridículo! O incrível desta história é que, ele, neste estado de consciência, descobre que existe uma conspiração para matá-lo ali na mesa de cirurgia. Logo depois percebeu quem eram os conspirantes. Joby Harold peca em alguns momentos do filme, quando tenta retratar o “mundo dos inconsciente” de forma material. Clay tocava nas paredes, abria portas, se sentava em cadeira, mas niguém o ouvia. Por quê? Não há resposta!
Fiz questão de pontuar os exageros da obra. O esquema das reviravoltas no filme é incrível. Alguns momentos são realmente surpreendentes, outros, previsíveis. O final em si, de tão ousado e extravagante, pode ser comparado com quase ridículo. Mas eles – os exageros – têem o seu mérito, pois dão um toque interessante ao filme, ainda assim, os excessos tornam trabalho comum. Nesse sentido, os críticos chacotearam muito o diretor/roteirista Joby Harold pela sua ousadia, mas não sabem dizer se o desfecho da obra foi meticulosamente premeditado ou um foi um resultado inesperado. Harold prefere não comentar a respeito. Em suma, o filme é bom e vale o ingresso ou a locação. Tem lá suas falhas, mas qual obras não às tem?


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Marcelo Cotinha

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