segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

C³ x 7 - BASTARDOS INGLÓRIOS

Por Marcelo Cotinha

           De todos os candidatos ao Oscar Melhor Filme, três tem a minha preferência: UP- Altas Aventuras, Avatar e Bastardos Inglórios. Up certamente não vencerá. Não pelo resultado final expresso nas telas, mas sim por ser um filme animado. Pra mim, isso seria um PRÓ, mas para os que tem poder de voto, um problema. Acho que dificilmente veremos um filme de animação vencer melhor filme. Up Certamente vencerá entre os de animação e Hollywood dará esse OSCAR como consolação, pois para o mais novo da PIXAR, não há concorrentes para seu gênero. Quanto a AVATAR, meu pensamento é bem semelhante a UP. Como eu já havia dito, apesar de ser um quebrador de Recordes, pois já é o filme com maior Bilheteria nos Estados Unidos e no mundo, e já passou dos 2 Bilhões de Dólares. Com toda certeza, não há, nem haverá nenhum outro filme que consiga chegar perto do feito de AVATAR nos próximos anos. Talvez O Hobbit de Del Toro, talvez... Mas em se tratando de OSCAR, é outra coisa. Há restrições quanto ao gênero de Ficção Científica em Hollywood. Se eu citar os 10 últimos vencedores de Melhor Filme, não aparecerá nenhuma ficção.
          Meu favorito, com toda certeza é Bastardos Inglórios. O que posso dizer do novo filme de Tarantino? Espetacular. Desde a arte à sonoplastia, do elenco ao figurino, da produção ao roteiro. O filme e simplesmente ímpar. Candidato fortíssimo que se perder, só será para o ridículo Guerra ao Terror. O Filme conta a história que se passa na Segunda Guerra mundial, no território francês que é ocupado pelos alemães. Lá vemos uma moça chamada Shosanna, que tem sua família morta por nazistas e passa a viver sob a identidade de um proprietária de um Cinema em Paris. De igual modo, o filme traz um grupo de Ianques Judeus, que se organizam para lutar contra os nazistas. Eles são conhecidos como Bastardos. Os Bastardos Inglórios.
          O roteiro é de Tarantino. Lembro-me quando ele divulgou que estava fechando um contrato com Brad Pitt para alguns filmes, a imprensa especializada o menosprezou. Ele foi alvo de algumas críticas pejorativas graças aos seus filmes Kill Bill, mas nada que lhe impedisse de fazer o esplendoroso Bastardos Inglórios. A película é dividida em Capítulos (1 - Era uma Vez Numa França Ocupada por Nazistas, 2 – Bastardos Inglórios, 3 – Noite Alemã em Paris, 4 – Operação Kino, 5 – A Vingança do Rosto Gigante) e neles a história é contada de maneira progressiva e cronologicamente compreensível. Bob e Harvey Weinstein, ex-proprietários da falida Miramax, agora com sua própria Produtora a The Weinstein Company são os produtores executivos da obra da Universal e o fazem com maestria, pois conseguem montar uma equipe de apoio e de produção muito competente.
          A musicalidade dos filmes de Tarantino é sempre muito bem elogiada e nesse filme não pode ser diferente. Temos músicas perfeitas como The Green Leaves Of Summer, L’incontro Con La Figlia, Zulus e Rabbia e Tarantella, que são músicas que se ouvirmos, identificamos, pois as conhecemos. A maioria destas citadas tocam naquelas caixinhas de jóias ou em espera de Telemarketing, entretanto, pelo nome, acho difícil alguém lembrar. Esses instrumentais se encaixam perfeitamente no ambiente do filme, e o tornam extasiante. Mérito para Mary Ramos e Jim Schultz, respectivamente Supervisor e Editor de Música na obra. A trilha sonora é perfeita.
           Outro ponto que gostaria de apontar é o elenco e as interpretações. Ele é formado por Brad Pitt, Mélanie Laurent, Christoph Waltz, Eli Roth e Martin Wutteke. Sem dúvida, as atuações de Brad Pitt, no papel de Aldo Raine e Christoph Waltz, como Hans Landa são no mínimo, empolgantes. Pitt é icônico. Sua interpretação é muito, mas muito boa. Ele faz Aldo, o Apache de um modo tão convincente que até seu timbre de voz se modifica. É impagável ver ele “falando” italiano e fazendo suas caretas. Ouso dizer que é uma das melhores, senão a melhor atuação dele que ja vi.  Presenciamos uma atuação de gala. Quanto a Waltz e seu caça Judeus, Hans Landa é de igual modo muito bom. O sorriso no rosto de Landa na maior parte do filme o faz um vilão amedrontador. Ele é suficientemente bom para fazer o que é mau. É inteligente e cruel, risonho e portador de um senso dedutivo ímpar. Landa é mau e sua maldade sarcástica é doadora de medo. Logicamente não podemos falar da bela Melanie Laurent, que interpreta Shosanna, é muito convincente e o Hitler vivido por Martin Wuttke é no mínimo engraçado.
           Um detalhe importante é a língua. Ou melhor, as línguas. Tarantino utiliza o alemão, o inglês ianque, o Inglês bretão, o francês e uma pitada de italiano no filme. Claro, nós estamos na Europa! Acho que esse fator lingüístico junto com a musicalidade e interpretações singulares como a de Brad Pitt e Christoph Waltz tornam Bastardos Inglórios um filme que todo cinéfilo deve ter na sua estante de filmes memoráveis. Tarantino consegue ambientar, consegue trazer uma Europa para a tela do cinema de modo pulsante, nos revelando de modo peculiar as singularidades do velho continente em guerra. Alguém me disse certa vez que a Ficção é Real. Concordei, e depois de assistir Bastardos Inglórios, e ver o desfecho do filme, gostaria que aquela realidade fosse a nossa, ou pelo menos tivesse sido, pelo menos assim, a peleja teria vitimado menos almas. Enfim, Bastardos Inglórios, a meu ver, será Injustiçado se não conseguir levar nem melhor direção, roteiro ou melhor filme, pois o trabalho que nos é apresentado é simplesmente uma obra prima da sétima arte. Excelente filme.

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