quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Dica³ x 10 - Anticristo

Por Marcelo Cotinha

           Fiquei ansioso e louco pra ver o filme ANTICRISTO. O cartaz é tão profano que só de ver você já está pecando! Em suma, a obra com Willen Defoe (Homem Aranha) é densa e enigmática. Cheia de simbologias e repleta de códigos. E também pesado. Contem cenas de sexo explícito com órgão expostos, penetrações, e também muita violência. Apesar disso, eu digo que é uma obra totalmente artística. Percebemos isso quando vemos a maneira como o filme é dividido em partes temáticas (Dividida em capítulos: "Luto", "Dor (Caos Reina)", "Desespero (Ginocídio)" e "Os Três Mendigos", além de um prólogo e um epílogo). Comercialmente ele não parece muita coisa. É um filme para Festivais e para cinéfilos. A classificação é 18 anos, então se for locar, tire as crianças da sala. Quanto ao título, ANTICRISTO, confesso que fiquei viajando. O que podemos mencionar a respeito disso é entender a trama, como se ela levantasse a mulher como o próprio agente de Satã, como diz a obra de Jean Delumeau, História do Medo no Ocidente. A personagem de Charlotte Gainsbourg (A Noiva Perfeita), que é esposa de Defoe na Trama, é o próprio agente de Satã. E é boa nisso!!!! Suas atitudes quanto à morte do seu filho e sua postura quanto à mesma só é entendida no final da película, quando ela se mutila. Fica bem claro o porquê ela sofria tanto com o acontecido. Ela, que deveria defender a idéia de que as mulheres mortas em séculos passados foram vitimas do preconceito e do machismo que vigorava, aceita a idéia de que as mulheres são omissas pecaminosas, e agentes de Satanás. Sinceramente não tenho certeza se esse foi o principal objetivo do filme. Ressalto este meu pensamento de que ela se via como agente de Satã, por que, principalmente nas cenas de sexo, por exemplo, ela se posicionava sempre de maneira mais insana e lasciva. Ela dominava a relação o tempo todo. O personagem de Defoe chega a Ser surpreendido quando a moça pede uns tapinhas. Masoquismo! O filme é tão interessante quanto chocante!
          A câmera do diretor Lars Von Trier é imponente e a maneira como as cenas nos são apresentadas é muito interessante e empolgante. Às vezes as imagens desfocadas propositalmente eram perfeita para retratar a mente e os distúrbios da protagonista feminina. A primeira cena, em preto e branco, é a chave de toda a trama e a maneira como é feita, ao mesmo tempo suave e densa, pacata e eufórica, cheia de antagonismos. É realmente lindo! A trilha sonora é deslumbrante. Contudo, eu digo: O filme é pecaminoso!
          Na verdade, o filme é um diálogo constante! Só são dois personagens, e a trama se desenvolve com eles a partir deles. Se você quiser assistir, saiba que a obra é chocante por causa do sexo e da violência. Mostre o cartaz pra sua namorada e depois pergunte se ela quer assistir. Falo isso porque tenho certeza que ela ficará constrangida antes mesmo do quinto minuto do filme. Ressalto ainda que se você tem o intuito de ver como um filmão de suspense, desista: não será desta vez! O filme é bastante sombrio, mas considero puramente artístico. Foi feito com o puro objetivo de ficar na história como um filme de suspense com o cartaz mais polêmico dos últimos anos do cinema. Apesar dessas ressalvas, se é que isso é ressalva, eu RECOMENDO!!

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