terça-feira, 5 de janeiro de 2010

C³ x 6 - LULA

C³ x 6 – Lula         

          Iniciei o ano com vários desejos e um deles era ver o filme do Presida, como diz o mestre mosca Marco Luque. Lula - O Filho do Brasil estreiou em 1º de Janeiro e eu fui ver. A obra de Fábio Barreto e de sua produtora, tem duas horas e oito minutos de Brasil sertanejo, São Paulo, moças bonitas, dezenove dedos, barba abraâmica, música setentista, sindicalismo e muito, mas muita melancolia. Claro, além de trazer Rui Ricardo Diaz, Guilherme Tortólio, Felipe Falanga, Glória Pires, Lucélia Santos, Cléo Pires, Juliana Baroni, Milhem Cortaz em atuações marcantes.
          Sou um pouco suspeito pra falar pois, assim como a maioria dos brasileiros em total sanindade, eu também gosto de Lula. Mas pelo anseio que possuo em escrever sobre o que gosto - cinema - me sinto forçado a expressar meus pensamentos a respeito da singela película que nos mostrar um pouco da vida do "Cara", segundo Obama.
           Inicialmente gostaria de ressaltar a interpretação simplesmente ímpar de Glória Pires. Ela em todo tempo se mostra uma verdadeira nordestina. Em alguns instantes do início do filme principalmente. Nesse aspecto o figurino ajuda bastante. Ela interpreta a mãe de Lula, que foge do sertão de Pernambuco e "cai no mundo" atrás de seu marido, que está em Santos. Disiludindo-se com o esposo alcoólatra, ela segue para São Bernardo onde passa a viver. O Lulinha consegue entrar na escola técnica do SENAI e se forma. Arruma um bom emprego, perde o dedo, filia-se ao Sindicato dos Metalúrgicos, casa-se, perde a esposa e o filho. É nesse momento que a gente vê no filme o Lula sindicalista, que pra "não enlouquecer" mergulha no sindicato. O filme enfatiza algumas verdades a respeito do posicionamento político de Lula naquele período. Inclusive, em um certo discurso no sindicato, o personagem diz que não é de direita nem de esquerda. Mas se formos analisar de modo mais apurado, percebemos que o Sindicalista Lula, foi em muitas vezes, neutro, ou melhor, não partidário. No filme ele se não se posicionava nem contra, nem a favor do Estado, mas sim, sempre à favor dos Trabalhadores.
         O filme não é uma biografia do presidente. Nem chega perto. o Lula vivido por Rui Ricardo Diaz é muito, muito, muito diferente daquilo que realmente o cara foi. Meu chará de sobrenome Forlani, um dos mestres do Omelete, afirma que "quem acompanhou a vida política e sindical de Lula, sabe que ele é um ótimo orador. Com seu discurso simples e persistência ele ganhou a confiança de um povo que até então tinha medo de votar em alguém que também era do povo. No filme, porém, o que mais se vê são discursos curtos e sem força, que logo são seguidos por ovações de 'Lula, Lula'". E é impossível falar da história do Presida sem  falar do PT. Não é mais: O partido nem é citado. Talvez por causa do ano eleitoral. Mas isso não tem sentido! Eu quando entrei na sala, disse bem alto que queria ouvir a música "Lula lá!" e que se não ouvisse a dita cuja, sairia do cinema e assim foi. Quando terminou o filme, eu então percebi que o mesmo era aparentemente apolítico, e que não ouviria realmente o hit. Na verdade fui embalado por Tim Maia cantanto "Você".  Talvez esse seja exatamente o maior pecado do filme: Não trazer o Lula político-eleitoral e apenas o Lula sindicalista. A história das vitórias dele a partir dos anos oitenta seria muito, mas muito mais interessante. Imagine a luta dele nas Diretas Já, na Constituinte, na Campanha 89, e na derrocada Collor em 92, ou nas derrotas para FHC recentemente e aclamada posse em 2002. Talvez isso seja apenas um devaneio meu, mas seria muito bonito e muito mais emocionante.
           Enfim, o filme de Lula é um filme razoável, familiar e bastante emotivo. A música é bastante empregada com o fim de provocar nós em gargantas e lágrimas em olhos. Comigo não funcionou, mas com muita gente deu e dará certo. Enalterço ainda que pela interpretação de Glória Pires, a obra também poderia se adjetivada como Materna, pois ela esta como seu nome: Gloriosa. Gostaria de citar aqui alguns patrocinadores do filme e amantes das artes: Construtora Camargo Corrêa, AmBev, CPFL Energia, Grendene, Hyundai, Construtora Odebrecht, Oi, Volkswagen, OAS, Grupo Neoenergia e GDF Suez. Como você pode perceber, são pequenas e micro empresas que não têm interesse nenhum senão de incentivo às artes.
           Para findar esta resenha, digo que o que faltou no filme foi o PT. A década de oitenta tinha que ser lembrada pelos roteiristas. É pena! E transcrevendo Marcelo Forlani, que disse que "não é escondendo o lado político de Lula que a classe média peessedebista vai se convencer a ir ao cinema. E, pior ainda, talvez a falta desse engajamento afaste também o petista que ainda guarda no fundo da sua gaveta o button com a estrelinha vermelha que um dia significou o sonho de um país mais correto". Sinto muito, mas o filme poderia ser muito melhor. Razoável, nada mais que isso!

1 Comentários:

Unknown disse...

Rapaz, sou sua fã Insolente querido do meu S2!
rsrsrs

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