Os filmes épicos sempre nos fazem repensar a nossa realidade. Nos espelhamos nos exemplos destes tempos remotos para remontar nosso presente tão cheio de estereótipos e preconceitos. O filme de Roland Emmerich, o alardado 10.000 A.C (2008) é um exemplo fiel dessas afirmativas anteriores. Só que privilegia apenas o lucro e se faz na ignorância do público não levando em consideração noções de tempo, espaço e – pelo amor de Deus – do ridículo...
Bem, para iniciarmos, temos que traçar uma linha temporal. O filme se passa a cerca de 12000 anos atrás. Os mamutes, ainda reinavam sobre a terra, mas em quantidades cada vez menores graças principalmente às mudanças climáticas ocorridas “naquela terra” e também pela caça. Os homens vivam no nomandismo. No filme, uma tribo se destaca. Essa é a tribo de D’Lhe (Steven Strait), um jovem e destemido filho de caçador. Toda a aventura se desenrola em torno dele. A trama inicia-se em um tempo mais remoto que o título, na verdade, algumas luas antes de 10.000 A.C, provavelmente era ainda 9.981 A.C ou coisa parecida.
O Diretor Roland Emmerich ignora a noção do tempo e espaço quando em questão de dias (pelo menos é o que parace) os caras andam milhas e milhas e mais milhas em espaço curtíssimo de tempo. Eu me perguntei: como esses caras moravam tão perto um do outro e não se conheciam, ou melhor, desconheciam a existência um do outro? Isso é impossível. Sem mencionar o predominio do negro em ser subordinado. Pelo amor de Deus, isso, ainda hoje em nossa sociedade é ridículo!!!! É incocebível a mediocridade da produção do filme quando leva em consideração tais pontos. Caucasóides, mongolóides e nogróides habitavam, neste momento, em regiões distintas e separadas por milhares de quilometros. Roland ainda falha, e falha feio quando ignora a história num filme épico. Eu me perguntei: que civilização é essa? Não encontrei resposta. Não encontrei porque não há. A 12000 anos atrás a escrita ainda não existia (é consenso que o surgimento da escrita se deu provavelmente em 4000 a.C), sendo assim, a possibilidade de existir um desenvolvimento tecnológico daquele tipo ali, no meio do deserto, com o conhecimento da metalurgia e de engenharia a ponto de possuir pirâmides e algo parecido com espadas, onde a maioria dos homens das redondezas mal sabia desenhar nas paredes das cavernas. Alguns, digo, a maioria ainda desconhecia a agricultura. Deve-se levar em consideração que neste período, chamado pelos especialista de Paleolítico Superior, não havia nada disso que o filme retrata.
Os “civilizados” habitavam em uma espécie de Crescente Fértil no meio do deserto. Parecia com o Egito não somente pelas piramides que existiam lá (isso mesmo, pirâmides), mas pelo deserto e pelo rio, mas aquilos que daria origem aos egípcios só conheceriamos a cerca de 6500 mais tarde. Sem mencionar que os egípcios só passariam a conhecer os cavalos (ali ja conhecidos) a partir das ivasões Hicsas e ai, eu acho que nem hicsos nem egipcios sonhavam e nascer. Quando penso na mesopotamia, imagino onde havia negróides ali por perto. Conclui que a produção ignorou noções básicas de geografia, excluindo, quer dizer, incluindo uma hidrografia sua e própria, descartando qualquer hipótese de se achar aquilo num mapa, a menos que aquilo ainda fosse a Pangéia. Ai, o título seria 200 000 000 A.C (Duzentos milhoes A.C) e infelizmente, não haveira ser humano protagonizando este épico, Que pena... ou então fosse noutro planeta, que é a idéia mais provavel, dada a ignorancia, histórica, geográfica, temporal e espacial da produção. A terra era diferente, mas num precisa exagerar tanto. Pode locar, mas o filme não é essa Coca-Cola toda não. Talvez uma Tubaina Choca, nada mais além disso!


10:42
Marcelo Cotinha

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