quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Novidades³ x 2

Caros colegas,

Mais uma vez venho expressar-me a respeito do cinema nacional. Sinto-me bastante entusiasmado com os filmes recentes que estão chegando aos cinemas. Recentemente escrevi a respeito desse tema. Bem, eu apresentei antes Besouro, que pouca gente conhecia. Foi novidade pra muita gente. Agora eu venho trazer mais novidades pra essa galera que curte cinema e atura Marcelo Cotinha.


Vou falar de coisa boa, vou falar de ALICE BRAGA, a moça brasileira com maior destaque em Hollywood. A linda moça! Are bába! Besteiras à parte, a beldade paulistana, hoje com 26 anos tem se mostrado muito talentosa. E não mostra seu talento em cima de um telhado com um vestidinho minúsculo não. Ela interpreta muito bem, tanto em português como em inglês. Tem participado de produções interessantes nos Estados Unidos e levando o nome do Brasil por ai a fora. Seu primeiro longa nós vimos. Foi Cidade de Deus (2002) de Fernando Meirelles, era a cocota Angélica – Cocota aqui não tem nada a ver comigo. Fez também o muito bom Cidade Baixa do diretor Sérgio Machado em 2005. A partir desse trabalho ela despontou como uma promessa da dramaturgia nacional. Roguei para que ela não se “perdesse” nas novelas da vida. Deus ouviu minhas orações. Veio então Só Deus Sabe, um mesclado brasileiro e mexicano de Carlos Bolado em 2005 e depois veio o seu grande momento e oportunidade nos States: Eu Sou a Lenda (2007) ao lado de Will Smith, sendo um dos melhores filmes do ano e com uma interpretação convincente e importante da atriz brasileira. Depois disso veio filmes importantes como Território Restrito (2008), atuando ao lado de Herrison Ford.


A partir de então, a gente consegue ver muito bem a participação do Brasil no cinema ianque. Fernando Meirelles também tem participação ativa no cinema Ianque. Ele dirige a adaptação de José Saramago O Ensaio Sobre a Cegueira em 2008 e o faz com maestria. “A trama narra uma inexplicável epidemia de cegueira e se passa em grande parte dentro de uma estrutura de confinamento para os que perderam a visão. Nos claustrofóbicos interiores, o Ensaio Sobre a Cegueira do trio vale-se de superexposição, foco e abstracionismo sensível, mas usando apenas variações tonais (...) que levam ao branco, com surpreendente resultado” diz Érico Borgo no Omelete.com. Em Cinturão Vermelho, os brasileiros Rodrigo Santoro e Alice Braça detém papeis importantes.

Falando sobre isso, Rodrigo Santoro, ao lado de Alice Braga desponta como figura brasileira bem presente em Hollywood. Eu falo isso ignorando a sua participação em As Panteras 2, claro. Fora isso, ele se apresenta como representante brasileiro em bons filmes lá fora, como os recentes Che e La Gerrilha, onde interpreta um guerrilheiro cubano que combate ao lado de Fidel e Guevara na Revolução Cubana. Santoro ainda foi Xerxes em 300, e tem um papel muito interessante no filme de Jim Carrey Eu Amo Phillip Morris (2009), também no argentino Leonera. Mas em que essas participações de brasileiros contribui para o cinema nacional? Sem dúvida essas experiências no exterior trazem inovações para o cinema local. Nomes como Carlos Saldanha – diretor de “Robôs”, “A Era do Gelo 2 e 3” - por exemplo, pessoa experiente em animação, que sem dúvida pode auxiliar o labor cinematográfico por aqui. Claro que a gente tem que fica consciente de que o nosso cinema não pode ser comparado ao ianque em questão de valores – Filme nacional mais caro de 2009 foi BESOURO com 10Milhões de Reais, e o mais caro americano, que coincidentemente é o mais caro do mundo custou quase 500Milhões de Dólares, que foi AVATAR – mas quanto à criatividade não. Mas na qualidade de pessoal e métodos e equipamentos os americanos são experts. E nisso os nossos representantes lá fora – atores, diretores, desenhistas de HQ – podem ajudar o país a crescer nessa área.

Não pense que minhas palavras representam somenteum sonho. Há experiências vitoriosas nesse aspecto, como é o caso do cinema espanhol. Dentre os astros citemos aqui Pedro Almodóvar, Penélope Cruz e Javier Barden. Todos são espanhóis que desempenham papel importante em Hollywood e alavancam o cinema da Espanha. Vale ressaltar que todos os que citei já tem seu Oscar na Estante de casa. Desde 2005 vê-se o crescimento do cinema espanhol com filmes interessantes como Volver e Tudo Sobre Minha Mãe de Almodóvar, Agora de Alejandro Amenábar, e o lindo e ótimo O Labirinto do Fauno, do mexicano Guillermo Del Toro. O México, inclusive, está vivenciando um momento muito bom no cinema, semelhante ao espanhol, onde vários atores de diretores estão "se aperfeiçoando", ou melhor aprendendo com o melhor do cinema mundial.

Enfim, rogo para que tais avanços ocorram por aqui. A influência Norte americana nos ajudará muito. Temos talento para isso e muito mais. Talvez não tenhamos tanto dinheiro para investir, mão de obra, locações, criatividade e vontade temos o bastante. Acredito que incentivos do governo federal como esse recente Vale Cultura, possa resultar em investimentos na área do cinema e das revistas em quadrinho. Seria bom implantar em nosso pais um sistema de leitura e apreciação desse tipo de entretenimento, a fim de expandir e popularizar esses mecanismos de difusão cultural. Talvez assim, não só você, mas com certeza outras pessoas estariam lendo esse artigo nesse momento. Muito obrigado! Sucesso ao nosso cinema!



segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Novidades³


Semanalmente eu  vou postar novidades de Bilheteria dentre outros tema aqui no C³. Vai ser algo Breve só pra gente se manter atualizado a respeito de tudo que se passou na semana anterior. E pra começar, vou falar de Avatar. Hoje, 28 de Janeiro de 2009, o novo filme de James Cameron lidera a  Bilheteria norte americana com a arrecadação de 212 Milhões de Dólares. Em 10 dias de exibição é considerado mediano para o Blockbuster que ele é, e com as inovações que ele nos apresenta. Leia Aqui!! Só que mundialmente a performance é bem melhor,  615 Milhões. O filme custou quase 500 Milhões, e de lucro só temos ai 115 Milhões! Pouco, muito pouco! Pra você ter uma noção mais clara, o último Filme do Batman (Batman – O Cavaleiro das Trevas) nos mesmos 10 dias de exibição no ano passado faturou só nos EUA 314,2 Milhões de Dólares, tendo 102,2 Milhões de Diferença de AVATAR, ou seja, quase o lucro atual do filme de Cameron. Mas não dá pra comparar os dois filmes, pois apesar de Avatar ser inovador, (Batman – O Cavaleiro das Trevas) foi o filme mais lucrativo do cinema em 2008, e detém redord de ser o segundo filme em bilheteria do cinema ianque, perdendo só pra Titanic, e mundialmente arrecadou U$ 994.896.852,00. Falta muita coisa pra Avatar Chegar lá e acredito que será bem difícil.
Brevemente estarei postando novidades do mundo dos quadrinhos! Aguardem!

sábado, 26 de dezembro de 2009

C³ - Sustos x 1

Sabe-se que gosto não se discute! Mas uma das coisas que não osso deixar de fazer é ver filmes em um final de semana. Normalmente pego logo três ou quatro. Nesse feriadão de Natal não podia ser diferente. Sei que a data não tem nada ver, mas eu loquei uns filmes de terror. O primeiro foi o fraco, medíocre, supérfluo, insignificante FIM DOS TEMPOS (The Happening, 2008, EUA). Obra do indiano M. Night Shyamalan, do mesmo O SEXTO SENTIDO (1999), SINAIS (2002), A VILA (2006), e do próximo Blockbuster, The Legend Aang, baseado no desenho animado da Nickelodeon, Avatar. (Mais notícias, aguardem nas postagens futuras). Como estava dizendo, Fim Dos Tempos é medíocre e não vou perder tempo falando dele. Mas gostaria mesmo assim de ressaltar a atuação ridícula do ator Mark Wahlberg, o mesmo do ainda mais digno de pena Max Payne.



Filme bom que vi nesse fim de semana e que vou trazer meus comentários é o excelente Espelhos do Medo (MIRRORS, 2008, EUA). O diretor é o francês Alexandre Aja e tem no elenco bons nomes do cinema atual, como o astro de 24 Horas, Kiefer Sutherland, a bela Paula Patton, e o ótimo Jason Flemyng. Juntos eles fazem um filme de susto muito bom, digno de estrear essa outra faceta do Blog do C³.


A premissa do filme é muito simples: um ex-policial, que está em crise com a mulher e tem dois filhos. Ele tem problemas, ou pelo menos teve problemas com álcool depois que matou um cara numa missão. Até ai beleza, nada de excepcional, clichês de sempre. Ele arranja um emprego de vigilante numa antiga loja de departamento antiga, na verdade nas ruínas da loja. La existe algo nos espelhos. Os espelhos são obsessivos, pois ficam “vidrados” no personagem de Sutherland. O filme não tem muitas mortes, só vemos três durante o filme todo. Mas elas compensam a classificação 16 anos. O que torna o filme bom é a tensão. É o fato puro e simples de saber que o inimigo está em todo lugar, pois os espelhos estão em todo lugar. E mesmo que não esteja, o inimigo ataca pelo reflexo da maçaneta, do vidro da porta da sala, no água da pia e em qualquer outro lugar que possa refletir. Tem um detalhe importante que vale a pena ressaltar: O filme original é asiático, assim como O OLHO DO MAL que segue uma premissa muito parecida, só que tem Jéssica Alba né, muito melhor que Sutherland.


O diretor tenta iniciar uma caçada ao estilo Hitchcock, mas não consegue, pois falta muita coisa pro filme ser algo comparável às obras do mestre do cinema Alfred Joseph Hitchcock. Ver Sutherland fora do seriado 24 horas é interessante. Já li algumas matérias a respeito e dizem que o trabalho é muito diferente. Mas esse não é o mérito desse desabafo. É bom ver atores de séries importantes como 24 horas, Lost, Sobrenatural e House, aparecendo em filmes  de vez em quando. Mas confesso que a película poderia ser bem melhor.


Bem, isso não é uma resenha tradicional como vocês já perceberam. Isso é apenas uma dica de um filme, por isso não vou me alongar. Mas ressalto que em Espelhos do Medo encontramos tudo, ou melhor, quase tudo que um filme de suspense/terror/Susto tem: diálogos cheios de clichês, ceticismo, mulheres bonitas molhadas, crianças pirralhas etc. Mas o melhor é o final, que de tão bom nos surpreende. Acho que esse é um dos pontos que torna qualquer história boa, que é o poder de surpreender – seria bom de Stephenie Meyer pudesse ler isso... Em suma, você não me perguntou, mas ESPELHOS DO MEDO, eu recomendo!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

C³ x 2 – 2012

C³ x 2 – 2012.


Caros colegas,


Dessa vez, volto a falar de um filme do estressante do diretor Roland Emerich, aquele cara do 10.000AC, e também de Independecy Day. O cara tava com um filme rolando nos cinemas mundiais e eu assisti. É o seu 2012 (2009) e eu, aqui abaixo, expresso as minhas singelas opiniões a respeito do catastrófico filme.
Inicialmente exalto todo o processo de divulgação do filme. Confesso que os cartazes personalizados mostrando os principais pontos turísticos e naturais de diversos países ruindo, foi brilhante. No Brasil, foi o Cristo Redentor no Rio, na China, o Himalaia sendo coberto pelas ondas, em Washington, a Casa Branca sendo atingida pelo Porta Aviões John Kennedy, que é levado por uma Tsunami. Cartazes perfeitos. Nisso, o estúdio foi realmente muito inteligente. Geralmente nos filmes catástrofes usa-se isso de maneira magistral, como por exemplo em Eu sou a Lenda, com Will Smith, ou até mesmo o Independency Day, do próprio Roland Emmerich isso é visto e mais uma vez funciona muito bem.
Quanto ao filme, particularmente sobre o roteiro, escrito pelo próprio Roland e pelo amigo Harald kloser, responsável também por 10.000AC, a meu ver, diante dos trailers, comerciais e cartazes, deixou a desejar em alguns pontos cruciais. Por exemplo, nos clichês e na previsibilidade de algumas cenas e situações. Casal com filhos, escritor sem prestígio, casal separado, padrasto legal, isso é muito, mas muito comum no mundo do cinema. Lembra de Guerra dos Mundos de Spielberg? Pois é! Chega a ser lastimável a falta de criatividade no enredo, mas pelo menos as cenas de explode explode são empolgantes. “Cuiuda”, mas empolgante. Digo que principalmente no início.
Esse é outro problema do filme. Ele não emplaca. Ele inicia subindo, mantêm uma áurea de tensão na primeira hora de filme (tem 2h e 38 min), mas não consegue ir além daquilo, mesmo apesar das cenas serem mais “impactantes” mas não é tão empolgantes quanto no início. O que quero dizer que há uma estagnação na tensão, ela não evolui a partir da primeira hora. Mas o filme não é só defeito! Os efeitos especiais são ótimos. Ruas rachando, vulcões, bolas de fogos, ondas gigantes, muito massa!
Bem, devo aqui falar da história! O filme inicia em 2009. Na Índia onde há um centro de estudos de alguma coisa – confesso que fiquei voando no início. Descobre-se que o planeta esta sofrendo algumas alterações devidas explosões solares, digo, explosões na superfície do Sol. Isso é comunicado aos principais governos do mundo, principalmente os americanos, que se preparam para as desgraças. Nessa história vemos o presidente dos EUA vivido por Danny Glover. Há outros líderes mundiais envolvidos no projeto de “salvação”. Ai é que vemos um pai divorciado (John Cusack) que está tentando reconquistar o carinho dos filhos, e em meio a essa tentativa de reconquista, ele se vêem em meio a um cataclisma global com sua ex-mulher, o namorado dela e os guris. Fica manjado a partir daí, pois vem às discussões sobre relacionamento, respeito, amor filial, honra e tudo mais. O Crítico de Cinema, o omelenauta Marcelo Hessel diz que “O tempo de tela de cada personagem é mínimo, então trate de aproveitar para pedir suas desculpas e, se for o caso, fazer suas preces”. Ou seja, não há desenvolvimento de personagens, o que importa é a história. Eu, particularmente, acho ridícula a apelação. Há um momento do filme que inicia-se uma lamentação acerca da culpa. “Todo mundo carrega um remorso, enfim, e o tempo para repará-lo está encurtando. Como 2012 se constitui de um mosaico de vidas efêmeras” Diz Hessel.
É chato e chega a ser ridículo ver que em momentos tão desesperadores onde tudo o que você conhece vai desaparecer definitivamente e você simplesmente chora por um monte de desconhecidos tentando até mesmo dar sua vida por estes. É realmente lindo e apesar disso ser legitimamente humano não sei se funcionaria com todo mundo. Isso, pra mim é apelação. Venha cá, imagine-se você à beira de uma desgraça e então lembra de uma moça do amazonas que tu não conheces e começa a chorar e, pra se igualar a ela, você deixa de ser salvo e dá o lugar à outra pessoa. Tão bonito quanto ridículo!! Imagine o Presidente Lula deixando de ser salvo de uma desgraça pra dar lugar a você! Isso seria possível?! Acho que mesmo você sendo Petista, o mais fanático deles, até mesmo ministro de Estado, ou a presidenciável, isso não aconteceria. Talvez até esteja enganado, mas é bem improvável que isso ocorra. O filme peca feio quando tenta nos fazer engolir esses tipos de argumento para nos encher os olhos de lágrimas e por nó na nossa garganta. Comigo não funciona!
2012 não é somente um filme de ficção cientifica. É uma obra de cunho político muito importante. Primeiro porque ele, diferente de outros filmes catástrofes, não responsabiliza o homem pela desgraça. Imputa essa culpa na própria natureza, dessa vez, seria o Sol, fugindo desse papo chato de aquecimento global. Falo chato no sentido comercial da palavra, pois com toda a certeza, Hollywood não que falar disso, não num filme comercial, pelo menos de forma explícita, mas de maneira intelignete, como em AVATAR. Outro ponto interessante é a gente visualizar a Obama-mania no filme. Danny Glover vive o presidente dos EUA e pra quem não sabe Danny Glover (Máquina Mortífera) é negro, assim como o ator Chiwetel Ejiofor, que interpreta um dos cientistas que descobriram o problema com a Terra. Este personagem tem um romance com a filha do presidente, vivida Thandie Newton, também negra.
Talvez você pense que esteja exagerando quando falo de que os negros estão sendo enaltecidos nesse filme, mas é. Talvez a intenção não fosse exatamente essa, mas aconteceu assim. Vimos que há uma inversão de valores, uma vez que os EUA e logicamente a Europa, passam a integrar o Hemisfério sul por causa do movimento do centro de num sei o que de num sei quantas. A partir disso podemos ver o cunho político. Antigamente pensava-se que os do sul eram inferiores, o que chamamos de determinismo geográfico. É engraçada a inversão. Claro, que podemos perceber isso de modo menos engraçado, a partir de que os valores e as regras que ai estão só serão destituídas ou substituídas se ocorrer uma catástrofe a nível global. Talvez isso para os Americanos seja o mais viável.
Imagino que você ainda não tenha percebido a partir da minha escrita onde mais há no filme um debate político ou de conscientização. É no final da película, onde percebemos que tudo retorna para onde começou. A África foi o lugar escolhido por Deus, ou melhor dizendo, pelos roteiristas, para iniciar um possível repovoamento e ela, com o movimento das placas tectônicas e com a movimento de inversão dos pólos, é o centro da terra novamente. Isso é empolgante, pelo menos para mim!
Bem não tenho mais nada a dizer, repito aqui o mesmo parágrafo dos outros. Mais uma vez, aguardo respostas. Bem, é C³ é Cotinha é ao Cubo e esse é o título da resenha. Espero que gostem e retornem! Até a próxima.

C³ x 3 - LUA NOVA


C³ x 3 – Lua Nova.



Caros colegas,


Novamente volto a mencionar que meu intuito é entreter, e nesse objetivo venho falar da febre do momento: Crepúsculo. Exitei um pouco em postar essa resenha, porque o filme ja saiu a algum tempo, mas não posso deixar Lua Nova de fora. Caras, uma desconhecida conseguiu de maneira surpreendente criar uma saga em quatro livros, publicá-los em tempo record e isso não é tudo. Ela, Stephenie Meyer, disse que a partir de um sonho criou toda a saga e já vendeu, pasmem, 42 milhões de livros de 2006 pra cá. Isso em 37 idiomas. Isso segue a trajetória do mercado impresso no mundo – breve estarei lá. A norte americana é realmente um sucesso e isso chamou a atenção do mundo do cinema. Então saiu o primeiro filme da série, chamado Crepúsculo e o segundo acaba de sair e eu assisti.


A seção iniciou-se às 20:40 e cheguei às 20:17. Não acreditei. Tinha muita gente, mas tanta gente que parecia bolsa-familia. Eu acompanho cinema a algum tempo e nunca, mas nunca tinha visto tanta gente no cinema local. Sabe, eu já tinha visto lotar, mas ao ponto de ter gente na portaria brigando por ingresso, isso é novo. E surpreendente. Acho que aqui, na minha cidade, foi o único filme que conseguiu bater o monstro de Bilheteria do Homem-aranha de 2002. Lua nova (The Twilight Saga: New Moon, EUA, 2009, 130min) foi o filme mais alardados por essas bandas da Bahia, nesse ano. Mais até que o filme sobre as origens de Loga, Wolferine.


Quando assisti o primeiro filme ano passado, não vi nada de mais. Me surpreendi por estar dublado no cimena. Geralmente isso ocorre com franquias menos empolgantes ou filmes muito bons, pelo menos por aqui. Então eu o vi e achei mediano. Nada de extraordinário. Mas depois que a coisa toda acabou e o segundo e o terceiro já estavam roteirizados e prontos para ir para a telona, e os comerciais começaram a surgir e principalmente, os livros a vender, a franquia virou a sensação do momento.


Bela, é uma moça que se apaixona por um rapaz estranho. Ela não é daquela cidade, mas vai morar com o pai que é de lá. Na escola, se aproxima e é bem vista pelos colegas mas percebe que há um rapas, Edward foge dela. Até que eles se envolvem e ela descobre que ele é um vampiro, e toda a sua família também, e assim se desenrola a primeira trama. Se você não viu o primeiro filme, trate de locá-lo, pois o segundo inicia exatamente onde o primeiro começa. Só que neste filme há ação, quer dizer, ação sem sangue, apesar desse filme ser de vampiro. Confuso, não?!?


Pois bem, os personagens são os mesmo, Bella (Kristen Stewart), Edward (Robert Pattinson), Jacob (Taylor Lautner). Nessa trama, Edward vê que o seu mundo não é compatível com o de Bela. Ela anseia em ser uma Vampira como seu amado mas ele repudia se desejo, até que ocorre uma desgraça que faz com que ele rompa seu relacionamento com ela e sai da cidade. Ai entra Jacob, o indiozinho apaixonado. Jacob, no primeiro filme, sempre demonstrou repulsa pelos Collen – a família vampira local – e amor por Bela. Eles se aproximam, pois Bela estava muito abalada com o fim do relacionamento com Edward. Sabe, aquele ombro amigo que a gente “usa” pra chorar as mágoas? É Jacob. As coisas estavam melhorando para ele, pois ela estava até demonstrando estar disposta a ficar com ele. É nesse momento que descobre que ele é um Transfigurador. Jacob e alguns homens de sua tribo nascem com o “Dom” de se transformar em Lobos Gigantes. Ela fica mais encantada ainda com o ele. Mas as lembranças do pálido vampiro sempre voltam. Ele por sua vez, quer se dar a Morte por não ter mais a sua amada, e para isso, vai até a realeza vampira os Vultori para que ele executem seu desejo. A trama segue a partir daí, agora é com você.


Bem, quanto à direção e à parte técnica, segundo Marcelo Forlani, o cara do Omelete, esse é bem melhor que o primeiro. O Diretor é Chris Weitz, que tem como trabalho mais famoso o Roteiro/Argumento de FormiguinhaZ e a direção da pior adaptação de um livro para o cinema, segundo o E.W.com, A Bússola de Ouro (2007). Ou seja, o cara não é tão bom assim né?! É, mas nesse filme, com o potencial que a franquia já tema ele foi bom. Inclusive, surpreendentemente bom. Forlani diz que “Tecnicamente, é um grande avanço em relação ao limitado primeiro capítulo e seu jeitão de telefilme, mas a repetição de cenas como essa ou as contemplativas que visivelmente só estão ali para mostrar as músicas que estão no CD da trilha sonora do filme”.


Particularmente gostei do filme. Torci o tempo todo pelo lobinho e estou até pensando em fazer uma campanha para que Bela fique com Jacob. E Edward que vá chupar sangue de muriçocas!! A película entretém e de modo muito suave e preciso nos mantém atentos e curiosos o tempo todo. O surpreendente é que meus gritos por Bela eram ofuscados pelos gritos loucos das moças que gritavam a cada jura ou a cada lance de Jacob (lobo bombado), ou de Edward, chupador de sangue "vegetariano". As moçoilas estavam loucas e quando uma gritava, todos seguiam e deliravam. Era como se tivessem mini-orgasmos quando viam os caras. E quando se beijavam?! Meu Deeeeeeeus!! No cinema realmente é muito mais emocionante!


Impressionante como essa franquia promete. Para o público dos 12 em diante principalmente. Tinha gente com Livro na sala escura do cinema! Eu era um dos mais velhos daquela sala naquele dia!! Maioria era de jovens, adolescentes e pirralhos com espinhas na cara e óculos fundo de garrafa, e celulares touchscreen. Era impressionante! Tenho certeza que o terceiro filme da série mesmo sendo ruim, a franquia lucrará muito, já somado com os 380 milhões só no cinema do primeiro fora os 400 milhões em DVD, TV fechada e aberta e licença publicitária. Dá pra você?!? Brevemente a Pedra de Sam, ou a Saga de Trajano pode esta por ai!!


Bem não tenho mais nada a dizer. Tentei ser breve mas pelo jeito não consegui. Espero que me retornem, pois seria muito gratificante para mim. Esta é a segunda de muitas resenhas. Bem, é é Cotinha é ao Cubo (rsrsrs) e esse é o título da resenha. Espero que gostem e até a próxima.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

C³ x 4 - BESOURO


C³ x 4 – Besouro.



Caros colegas,


Mais uma vez venho através desta matemática resenha para trazer novidades a vocês. Dessa vez, eu vi Besouro (2009), o novo filme nacional com cara de Blackbuster Norte-americano. Tinha antecipado a vocês algumas notícias a respeito da produção no início da minha série de resenhas, no primeiro C³ que o filme sairia. Ganhou proporções de grande filme e apareceu diante das telas dos cinemas nacionais. O filme é do Diretor João Daniel Tikhomiroff.
Inicialmente gostaria de ressaltar que a obra foi muito bem divulgada e envolveu muitas personalidades da dramaturgia nacional. Melhor dizendo, não só deste ramo, como também da música. Citamos aqui Gilberto Gil, como responsável pela trilha sonora. O filme foi alardeado não só por mim, mas por uma série de críticos especializados em cinema. Isso porque além da história ser empolgante por tratar de uma temática tão atual quanto longeva – resistência negra – seria o filme de ação que melhor retrataria o Brasil no exterior. Para tanto, foi investido R$ 10.000.000,00 (Dez Milhões de Reais). É válido salientar que foi contratado para coreografar as lutas ninguém menos que o Chinês Huen Chiu Ku, responsável pelas lutas de O tigre e o Dragão de Ang Lee e Kill Bill de Tarantino, não sei se por isso, mas as cenas de luta no filme são sensacionais.

        Eu me lembro dos meus tempos em que praticava capoeira, nós cantávamos na roda “Êh Besouro, cordão de ouro, êh Besouro, Cordão de Ouro”, mas nunca, nunca tinha parado para analisar o que cantava. Mas enfim, no mundo da Capoeira, Besouro é um símbolo que é muito cultuado, assim também como Mestre Bimba, mais recente, este último, percussor da dita Capoeira Regional, a Capoeira Alta, mas ai é outra história. Besouro, segundo a sua sinopse, diz que depois que o mestre Alípio (Macalé dos Santos) que o colocou nas primeiras rodas de capoeira e é assassinado a mando do coronel local, vivido por Flávio Rocha, o personagem Besouro (Ailton do Carmo) inicia uma luta contra a cultura escravocrata que ainda predominada no Recôncavo Baiano em plenos anos 20. Só que diante da película, as coisas não acontecem exatamente assim.
        A película inicia-se muito bem, mostrando a “predestinação” de Besouro à capoeira. Alípio, vivido pelo baiano Macalé dos Santos, é quem instrui o menino na arte. Logo percebe que o garoto tem futuro não só como capoeirista, mas principalmente como membro de uma “resistência negra” aos desmandos, preconceitos e humilhações que a população de cor sofria. É válido lembrar que a história é baiana, e se desenvolve em Santo Amaro da Purificação. Até ai tudo bem, mas em determinado momento a imagem que o roteiro de Patrícia Andrade e João Daniel Tikhomiroff (roteiristas) transmite a respeito de Besouro é um pouco confusa. O vemos como um cara sem muitos compromissos e que não tem apego a muita coisa. Essa premissa é confirmada principalmente na influência das atitudes de Besouro na morte do mestre Alípio.
       Continuando a partir desse marco importante no filme, é indo desse ponto que a opressão à população negra aumenta no filme. Alípio era um símbolo de resistência e com sua morte procurava-se quem o substituiria à altura. Parece que o único que poderia fazer isso com destreza seria Besouro, só que ele reluta muito. O repórter Érico Borgo, um dos mestres do Omelete.com disse que apesar de trazer ação para o cinema nacional, o filme Besouro traz consigo um herói relutante demais. Eu concordo plenamente, pois o herói se abala tanto com a morte do seu mestre que tenta fugir do mundo e não quer arcar com as conseqüências daquele fato, que dentre tantas, seria ele mesmo carregar uma suposta liderança na “luta” que Alípio tanto falava. Em suma, essa é uma falha do roteiro, a meu ver, pois personaliza um Besouro com muitos sentimentos e o principal dele é o egoísmo, isso no primeiro momento. Ele é relutante demais, e parece pouco interessado com a luta, ou pela resistência negra. Mas se ele é humano, por que não portar esses sentimentos?! Claro, isso é algo inevitável. Só que quando pensamos em um herói, o vemos sem medo, sem receios. Logicamente alguém que faz somente o bem. Com toda certeza não acredito que foi a intenção dos roteiristas traçar Besouro com as mesmas linhas que Alan Moore fez com Dr. Manhatam e Cia Ltda. em Watchman, ou Frank Miller com Bruce Waine em The Dark Knight Returns , obras que marcaram a historia de heroismo com realismo, na banda desenhada dos anos oitenta. O roteiro ainda falha quando não trabalha o bastante sobre as habilidades dele como capoeirista antes do encontro com o sobrenatural. Não parece que ele é bom, parece que ele ficou bom na capoeira somente depois de encontrar-se com os orixás. A intenção foi até boa, mas faltou aos roteiristas malícia talvez, ou até mesmo inspiração. Isso é a minha opinião.
       Quanto à estética, o filme, como diz Seu Ladir, é Mara. Nos sentimos, pelo menos eu, num pelourinho ou nas ruas do recôncavo baiano de verdade. As locações da Chapada Diamantina funcionaram perfeitamente para ambientar o filme. Apesar do roteiro de João Daniel ter suas pequenas falhas, a meu ver, sua visão como diretor é muito interessante. Talvez por causa disso tenha na estante de casa 50 prêmios de Cannes em publicidade. Fiquei muito empolgado com os “vôos” do besouro, não do Personagem, mas do inseto. Sem mencionar a cena do sapo, que é realmente muito legal, pois vermos o filme em primeira pessoal é diferente, e diferente do filme de J.J. Abrams, o Cloverfilld, na gente não enjoa, pois são pequenos trechos de película, em momentos importantes. Quanto a esses fatores, são pontos positivos.
       Outra coisa que não poderia deixar de ressaltar na obra é a ação. Dizia-se que o filme é desse gênero, mas não é bem assim. Ele se vendeu como um filme de ação. A pouca que há realmente é muito empolgante, mas ressalto que a ação é mínima. Mas apesar disseo, eu quase me levantei da cadeira e comecei a gingar dentro da sala de cinema. Realmente muito, muito bom. Os golpes bem executados, com perfeição e maestria; o gingado empolgante. Acho que o Chinês que entra no filme para coreografar as lutas não pode ser responsabilizado por isso. Eu como negro que sou, poderia até dizer que a GINGA É GENÉTICA, mas cairia no erro, entretanto, acho difícil que Huen Chiu Ku responsável pelas lutas tenha dado dicas de como gingar na frente das câmeras. O seu papel foi fundamental com toda certeza no trabalho estilo “Matrix” – o pêndulo nos cabos, tão bem executados, à estilo de O Tigre e o Dragão, usando sua experiência principalmente com a parte técnica cinematográfica das pelejas. Ressalto que o ótimo desempenho dos atores na prática da capoeira que é visto é mérito pessoal de cada um.
       Um ponto que João Daniel acerta muito bem é a questão da Mitologia Yorubá. Pelo menos em parte! Ele retrata muito bem como a religião de matriz africana esta inserida no cotidiano do negro baiano do início do século XX. Em um determinado momento vê-se quase uma aula de sobre orixás que se encaixa muito bem no contexto do filme e é muito interessante! E não posso aqui deixar de mencionar o papel de Exu no filme. Interpretado por Sérgio Laurentino, Exu é uma peça fundamental na transformação de Besouro num mito, ou melhor, num marco. A representação do ator é extraordinária e empolgante. Acho que um dos poucos atores que a meu ver conseguiram ter destaque interpretativo foi Sérgio, junto com Macalé dos Santos e Irandhir Santos, (Quaderna de A Pedra do Reino) o capataz da fazenda. A maioria dos outros personagens principais é interpretada de maneira pouco convincente, inclusive a Dinorá, Quero-quero e o Coronel, respectivamente Jéssica Barbosa, Anderson Santos e Flávio Rocha.
       Enfim caros colegas, Besouro, como um filme de ação, deixa a desejar! Quero deixar claro que o faz no sentido de que poderíamos ver mais ação, menos relutância da parte do herói, mais empolgação na interpretação de alguns atores e etc. Agora no que diz respeito aos valores e idéias que a obra traz para uma discussão é muito importante. Na academia, por exemplo, o filme pode ser visto como pano de fundo para discussões profundas a respeito de racismo e questões de gênero e resistência, pois isso é facilmente visualizado na obra. As idéias do sincretismo e da valorização da cultura negra, principalmente das religiões de matrizes africanas, também podem ser discutidas a partir do filme. Ou seja, é um grande leque de possibilidades.
       Ressalto que esse é meu ponto de vista, agora cabe a você ver o filme e analisar o dito cujo. E finalmente, não tenho mais nada a dizer, repito aqui o mesmo parágrafo das outras resenhas – essa é a quarta. Mais uma vez, aguardo respostas. Bem, é C³ é Cotinha é ao Cubo e esse é o título da resenha! Até a próxima.

C³ x 5 - AVATAR

Por Marcelo Cotinha
         Eu me sinto como Jack de Titanic escrevendo sobre esse filme: Eu sou o Rei do Mundo! Ou quase isso. Sem dúvida, Titanic marcou o mundo do cinema em 1997. Foram 11 Oscars dentre tantas outras premiações. James Cameron, o lendário diretor de Aliens e Exterminador do Futuro 2, foi brilhante no filme naufrágio dos anos 90. Anos depois, alguns críticos especializados esperavam que Cameron nos concedesse algo tão grandioso quanto, mas ele se silenciou. Alguns teólogos cristãos afirmam baseados à luz da Bíblia que quando Deus se cala, Ele esta trabalhando. Sobre essa premissa, e seguindo as palavras de Érico Borgo, James Cameron, um deus cinematográfico, não só trabalhou arduamente como nos levou a contemplar o seu labor magnífico. Ele criou o céu, a terra de Pandora e tudo que neles há. Inclusive os Na’vi. Cameron criou um mundo a partir do nada, e foi brilhante. A meu ver, Avatar é infinitamente superior a Titanic.

        Minha metáfora só faz sentido se você parar para ver o filme sabendo do trabalhoso processo criativo que se deu na tentativa vitoriosa de fazê-lo. Esse é o primeiro filme dirigido por Cameron depois do monstruoso Titanic. Ele iniciou o processo criativo entre 1999 e 2000, logicamente pondo suas idéias num roteiro, que também é dele. Cameron é dono do argumento, roteiro, produção e direção do filme. O seu labor foi sensacional. Vale até ingresso caro! Acho que exagerei aqui! Mas brincadeira à parte, eu que acompanho essa arte há pouco tempo, já vi filmes serem anunciados e dentro de dois ou três anos saírem para as telas. Mas nove anos? É muito tempo. E até mesmo antes de Titanic sair, Cameron já desenvolvia métodos para filmagem em 3D com alta definição. Fiquei muito curioso querendo saber por que tanto tempo assim. As primeiras notícias de Avatar que eu soube, foi há um bom tempo atrás, ou seja, dentro de uma média hollywoodiana. Mas já havia trabalho nele a cerca de cinco anos antes daquelas notícias, que pra mim eram novas. Isso, pra ser mais exato em 2006, que já tinha um orçamento previsto em 315 milhões de dólares. E eu só soube por que Peter Jackson estava envolvido no projeto. Jackson é o responsável pelo filme Senhor dos Anéis e toda sua trilogia e o último King Kong. Sua empresa é a responsável pelas maravilhas que vemos em Avatar, desta vez, bem menos defeituosa do que a que vemos em King Kong, por exemplo. O 3D do filme é esdrúxulo e nem chega perto daquilo que vemos em Beowolf, Expresso Polar, ou nos saltos do Homem-Aranha. A montagem beira a total e perfeição.

         Ressalto ainda que as filmagens duraram menos de oito semanas. As demais foram apenas captura de movimentos, como é utilizado nas filmagens 3D tradicionais, gravadas em fundo azul com os caras com roupas engraçadas com luzinhas. Cameron desenvolveu uma tecnologia ímpar para este filme. Claro, não foi somente ele, mas toda uma mega equipe com mais de 300 trabalhadores da Fox. Assim, para entendermos como as coisas funcionam, vejamos. Antes, no 3D comum, que já é muito caro, grava-se com atores normais, em fundo azul, a câmera capturava os movimentos desses atores e o cenário é colocado na pós-produção, ou seja, depois das gravações. Eles conseguiram uma maneira de fazer as duas coisas juntas. Capturam os movimentos e inclui o cenário quase que automaticamente, sendo possível incluir no mesmo momento da gravação. Maior parte do tempo da produção foi para desenvolver essa complexa tecnologia!

          Enfim, vamos para a trama. “Eu não conseguia distinguir o que era real e o que era virtual - mesmo sabendo que a criatura azul malhada de dois metros e meio não poderia ser real”. Esse texto do jornalista ianque Josh Quinttner, da revista Time; o primeiro repórter a ver Avatar. Eu confesso que me senti de igual modo. Bem, antes de iniciar os galanteios imagéticos, exalto que a história é bem simples. Jake (Sam Worthington) é um ex-fuzileiro cadeirante, que é enviado a um planeta distante, Pandora, substituindo seu irmão gêmeo cientista falecido na terra. A viagem dura cinco anos da Terra para Pandora. O cineasta nos poupa de saber como encontraram o planeta e tudo mais. Isentou-nos desta baboseira. Chegando ao planeta, vê-se que existe uma base avançada de exploração ali. Localizamos os cientistas responsáveis pelo projeto AVATAR que une a consciência humana nos corpos Humanos/Aliens dos seres humanóide que habitam Pandora, a raça Na’vi. A intenção é interagir com os nativos pandorianos com fins científicos, que seriam entender a linguagem e a totalidade da cultura Na’vi. O segundo objetivo, muito mais importante, seria negociar a saída dos nativos de uma determinada região do planeta, onde se encontra um mineral valiosíssimo, o unobtainium. Jake é utilizado no programa e vê-se realizado em poder andar novamente. Apesar da tecnologia avançadíssima, ele não tem dinheiro para recuperar sua coluna e reabilitar suas pernas. Diante de tal fato, o Coronel Quaritch (Stephen Lang) se utiliza e diz que assim que completar a missão de conceder informações a respeito da ciência militar Na’vi, teria suas pernas de volta. Ele aceita e tenta realizar seu plano, mas logo se vê traído pela sua própria vontade.

        Alguns aspectos do filme são muito interessantes. Primordialmente, ressalto o desenvolvimento dos personagens. Sigourney Weaver, a Tenente Ripley do mesmo Cameron no segundo Alien, é muito convincente, tanto como Humana quanto como Na’Vi. E como E.T ela é muito sensual, muito mesmo. A respeito disso, os Na’vi, são desprovidos de pudor. São “bons selvagens” dados à natureza – interprete isso da maneira que você quiser. Eles vivem numa sociedade tribal, bem organizada, semelhante às tribos americanas do período colonial, principalmente as das Américas do norte. A questão religiosa não tão explícita quando olhamos para os padrões hoje vigentes. Os pandorianos são Naturalistas, a divindade é a natureza. É quase uma adaptação da filosofia maia a respeito da floresta. Quanto a isso, os Na’vi são totalmente ligados à selva e aos animais – não falo isso metaforicamente. Existem conexões entre as árvores e cada animal de grande porte tem uma espécie de conector que se une aos dos Na’vi e os tornam um só. Assim, o jóquei pensa e o cavalo atende o comando imediatamente. Cameron enfatiza na totalidade de sua obra que sem a natureza de Pandora, os Na’vi não existiriam. Talvez ele estivesse tentando trazer à tona uma discussão a respeito da preservação ambiental, ou talvez incluir o homem novamente na natureza, uma vez que com o iluminismo antropocêntrico nós deixamos de fazer parte da dita cuja. E da maneira que o embate Na’vi – Humanos é nos mostrados na tela, nós somos bestiais e movidos pela ganância desumana que há muito tempo nos persegue.

        Quando mergulho na história, relembro o sanguinário colonizador espanhol Fernando Cortez não medindo esforços para “colonizar” os maias, a fim de trazê-los à civilidade, e, por conseguinte, levar consigo o ouro. No caso dos Na’vi, Cortez é “reencarna” no Coronel Quaritch, e o ouro é substituído por unobtainium. As aparências não param por ai, mas não pretendo entrar nesse mérito. Gostaria de ressaltar a interpretação do vilão Quaritch. Ele da medo! O ator Stephen Lang é icônico em sua interpretação. Ele é mau, um verdadeiro Bad Boy. A cicatriz gigante ajuda bastante na criação do vilão. Ele é frio, sarcástico e bruto. Chegou a me lembrar o Coringa de Heath Ledger em O Cavaleiro das Trevas que ainda tem minha preferência. Mas o coronel realmente é muito bom, quer dizer, muito mau. Giovanni Ribisi também vai bem. Ele interpreta o líder da mineradora que almeja o metal tão valioso aos humanos, que por sua vez, fica em um dos locais mais sagrados para os Na’vi.

         O papel de Sam Worthington, assim como no ultimo Exterminador do Futuro 4, é determinante. Os dois Jake’s vistos na tela, tanto o Humano quanto o Na’vi são notáveis. A dualidade do personagem que oscila entre os dois mundos ali presentes em sua mente é importantíssima para o desfecho da trama. Imagine você aleijado, sem muitas perspectiva de vida futura, vê a possibilidade de viver intensamente uma nova vida despojadas das sentimentalidades e asneiras humanas. Desafiador. Ser um Na’vi ou não ser um Na’vi? Eis a questão! Sheakspeare que me perdoe pela utilização de sua escrita. Peço perdão porque o embate que Jake vive não se assemelha nem de longe com o de Hamlet. Talvez, dependendo do olhar, até podemos dizer que não há um embate propriamente dito, mas sim uma renuncia total das mazelas humanas. E essa renuncia ocorre de fato, principalmente pela ajuda da bela Neytiri, que, vivida pela linda morena Zoe Saldanha.

        O roteiro de Cameron segue uma premissa bem simples, entretanto, consegue nos segurar na frente da tela de maneira precisa. Suas duas horas e quarenta e dois minutos não passam, acontecem na tela. Quando acaba, você sente muito porque acabou. É assim que ele ocorre. Infelizmente o filme só tem esses ínfimos 162 minutos. Ele é intenso, frenético e a trama é muito interessante. Talvez seja pela experiência em ver um estranho vivendo numa outra cultura totalmente diferente da sua atual. Clichê! Não sei ao certo, mas confesso que a película vai lhe segurar na poltrona, sem dúvida. E isso acontece não somente pelo visual que nos é apresentado, mas também pelo roteiro bem montado.

            Este último adjetivo é cabível, entretanto, ressalto que algumas coisas podem até não nos convencer, como por exemplo, o fato de que acabamos com a Terra, encontramos outro planeta habitável e o nosso único interesse lá além de científico é um metal valioso que não teria outro valor além do comercial. Isso é patético! Sem levar em consideração que além dos riscos para extrair tal minério, o tempo para esse bendito chegar à terra são cinco anos! Ridículo! Imagine você com uma mineradora lá em Pandora e só poderá receber os dividendos da dita cuja, a respeito do material coletado hoje, agora, daqui a cinco anos. Acho que nesse ponto o roteiro é falível, mas nada que nos incomode muito.

          Agora sem dúvida nenhuma o fator primordial e inegavelmente fácil de perceber é a qualidade visual do filme. É sensacional! O 3D está presente em cada quadro da tela e é tudo incrivelmente real. Imaginava que seria como Beowolf mas nem chega perto. Como o Josh Quinttner, o repórter da Time que citei antes, assim como Érico Borgo, um dos responsáveis pelo Omelete.com afirmaram, não da pra destingir o que é em 3D ou não. O universo de Pandora foi totalmente criado artificialmente e de forma muito, mas muito convincente nos é apresentado. É quase emocionante, quase, quando vemos os pés do avatar de Jake afundando na terra. É muito bem feito. Érico Borgo disse: É curioso notar como o cineasta passou uma década mergulhado em seu projeto e ele surja ainda tão inovador, à frente de seu tempo. Eu concordo com ele exatamente nesse aspecto. Imagine que o cara trabalhava numa forma de adaptar melhor o ambiente 3D ao 2D tradicional desde 1995. Cameron já especulava maneiras de melhorar a tecnologia 3D em filmes e AVATAR é a prova viva, digo, gravada disso.

            Avatar não é só coisa boa. Foi tão bem divulgado com traillers arrasadores e tudo mais, criando uma expectativa muito grande a respeito do filme. Só que apesar dos avanços inegáveis da gravação IMAX, teve algumas polêmicas a respeito da produção. Na verdade dois processos. Processos de plágio. O primeiro processo seria executado pela empresa cinematográfica Fathom Studios, companhia que produziu o filme Delgo (2008). Esta animação detém o recorde de pior estréia do cinema mundial que em 3 dias de no ar – primeiro fim de semana de estréia – conseguiu apenas 512 mil dólares, com média de duas pessoas por sala. Entretanto, apesar do fiasco, o visual é muito parecido com Avatar. Ressalto que Delgo é animação e Avatar Live Action. Comparando as produções financeiramente falando, Delgo custou ínfimos 40 milhões dólares, enquanto Avatar beira 460 Milhões. Um porta-voz da Fathon Studios disse: “estou impressionado com as similaridades entre os dois filmes e estudando que opções jurídicas estariam disponíveis para nós”. Confesso que até agora, não sei se o processo já esta rolando ou não, mas se você quiser ver a suposta similaridade, veja algumas fotos comparando os dois no link a seguir e tire suas conclusões (http://www.sitedomau.com/cinema/avatar-plagio-de-delgo.html) .

          O outro processo é a respeito da obra do norte-americano Poul Anderson, intitulada Call Me Joe, de 1957. Assim como Avatar, Call Me Joe acompanha um paraplégico, no caso Ed Anglesey, que se conecta por telepatia com um corpo criado artificialmente, com o qual Ed consegue explorar a selvagem superfície de Júpiter. E não é só isso, veja o visual no link a seguir. (http://www.twotalkingmonkeys.com/wp-content/uploads/2009/10/avatar-call-me-joe.jpg) Muito parecido mesmo. Cameron já foi processado antes por plágio, em Exterminador do Futuro onde teve que fazer um acordo no tribunal com Harlan Ellison e cedeu créditos ao cineasta e produtor de TV. Coisa do mundo de Hollywood.

Em suma caros colegas, AVATAR é uma obra cinematograficamente icônica! Revoluciona a indústria de cinema com seu novo método de criação. Talvez não consiga superar a bilheteria de Titanic, mas isso pouco importa diante do trabalho magnífico executado por Cameron. A obra vale o ingresso! O sentimento que nos arrebata é o de retornar ao filme. A obra não nos cansa, pelo contrario, nos atrai para ela como se fosse algo viciante. O filme é intenso e possui uma áurea de tensão densa que não nos constrange, pois não se força à barra. Tudo o que acontece é facilmente digerido, pois todo o argumento, apesar do erro do roteiro que mencionei, tudo se encaixa perfeitamente, principalmente o desfecho de Jake. De tantos adjetivos que poderia tecer a respeito de AVATAR, acho que o que melhor caberia à película seria: Arrebatadoramente singular e encantador!




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